segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O sonho da faixa preta cada vez mais próximo

No dia 08/12/2012, fui avaliado e prestei exame para o grau de faixa Azul de Pontas Pretas no Muay Thai. Essa graduação equivale ao grau de instrutor dentro da Arte.

O exame serviu para avaliar a parte técnica, filosófica e física. Etapa em que foi avaliado o conhecimento dos golpes e da filosofia da Arte. Também foi avaliada a parte técnica, onde as pessoas que prestaram o exame tiveram que adentrar ao ringue e fazerem alguns rounds de luta.

Para atingir o grau de Azul de Pontas Pretas, foi preciso fazer 2 rounds de absorção e esquiva. Que consiste no avaliado apenas esquivar ou defender os golpes desferidos por 2 atletas diferentes durante a movimentação de luta. E resistir ao embate saindo em pé.

O sonho de ter uma escola está um passo mais próximo. Abaixo seguem algumas fotos do exame. Em breve serão também postados os vídeos.






OSS!!!

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Visitas / Participações

Olá amigos frequentadores do blog Artes Marciais em Estudo.

Primeiramente venho agradecer aos visitantes de diversos países que frequentam esse espaço de reflexão, troca de experiências e crescimento mútuo. Fico de certa forma feliz em saber que as idéias que deixo expostas nesse espaço de alguma forma despertam seu interesse de passar por aqui de vez em quando. Em um mês recebi as seguintes visitas:

Brasil - 139
Portugal - 15 (Agradeço muito ao Sensei Armando Inocentes, que sempre tem colaborado com o melhoramento da minha forma de ver e pensar sobre as Artes Marciais)
Argentina - 7
Estados Unidos - 5
Emirados Árabes Unidos - 1
Alemanha - 1
França - 1
Rússia - 1
Vale também agradecer aos visitantes que acessam por meio de sites que mascaram o IP (adsresultpages.com). Sua participação também é válida. Apesar de não compreender seu real interesse pelo blog. Digo que estou aqui opinando de cara limpa e não tenho medo de opinar, tampouco ouvir críticas.

Em dois anos de existência do blog desde sua criação, tempo em que foi deletado e reativação. Já tivemos a honra de receber o público dos seguintes países:

Brasil - 4332
Portugal - 343
Rússia - 135
Estados Unidos - 93
Alemanha - 76
França - 35
Espanha - 20
Argentina - 13
México - 12
Canadá - 11
Angola - 5
Emirados Árabes Unidos - 1

Volto a enfatizar que não só sua visita, mas que sua participação no blog é de extrema importância. Não se lapida uma pedra com os olhos. Convido-os a participar, a expor sem medo sua opinião. Minhas opiniões, são criticas construtivas. São observações que tem como objetivo levar à reflexão.

Porém, tenho consciência de que posso estar equivocado e sendo intransigente na minha forma de pensar sobre certos assuntos. Porém não são calúnias, não são coisas inventadas. São experiências vividas ao longo de quase 21 anos de prática.

Não exponho meus pensamentos com intuito de denegrir, senão construir. Pois se meu blog fosse apenas rasgação de seda, não estaria ajudando ninguém a crescer. Debater para crescer, essa é a proposta do blog.

Um sino só emite seu som depois de uma batida. E assim somos nós. Muitas vezes precisamos ouvir uma verdade que dói, para enxergarmos que não somos tão "divinos" quanto imaginamos ser. Que somos humanos cheios de falhas, e devemos agradecer quando alguém se preocupa em apontar essas falhas. Pois assim temos a chance de se lapidar.

As Artes Marciais, nasceram e desenvolveram-se através de batalhas, debates, duelos e pelejas. Não através de falsa modéstia, babação de ovo ou bajulação. Quem apenas tem bons ouvidos para receber elogios, certamente não é um artista marcial genuíno. A coragem de um guerreiro se expressa através de sua autenticidade. Na fé que este deposita na justiça de sua Espada.

A sobrevivência das Artes Marciais depende de Guerreiros, não de carneiros.

Um verdadeiro Artista Marcial sabe equilibrar teoria e prática. Disse Miyamoto Musashi:

"Não se apegue demais à leitura ou se transformará em traça, perderá de vista a palavra viva e se transformará em um homem sombrio." - Musashi. YOSHIKAWA, Eiji.
A "leitura" leia-se "teoria". Pois se teorizarmos o Caminho, não estaremos Caminhando. Se vive as Artes Marciais através da prática em todos os seus aspectos: espiritual, corporal, técnico, prática efetiva. A busca pelo equilíbrio desses fatores é determinará um verdadeiro praticante.

É por essa razão que a participação de vocês é importante. As idéias só se lapidam através do diálogo aberto e transparente.

Um grande abraço a todos!

"Pelas trilhas da vida não sei me conduzir. Me resta assim, seguir à sombra das Artes Marciais. - Yagyu Sekishusai"

OSS!

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A Soberba: Uma análise sobre o perfil dos praticantes

Soberba: o sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando a manifestações ostensivas de arrogância, por vezes sem fundamento algum em fatos ou variáveis reais.

          Partindo do significado formal, podemos iniciar nossa análise sobre o perfil dos praticantes de Artes Marciais e Desportos de Contato. Partindo desse pressuposto, se observarmos retroativamente notaremos que esse sentimento nasceu no início da formação do aluno.

          É comum observarmos dentro dos Dojo, de uma forma enrrustida a constante afirmação de que o que está sendo ali ensinado é superior a outro estilo. O aluno, por sua vez, talvez por inocência ou falta de experiência assimila essa informação tendenciosa. Segue seu aprendizado, muitas vezes sem se preocupar em conhecer outras escolas. E quanto busca conhecer, ao invés de observar os pontos positivos, se enfatiza em observar os pontos falhos. Alimentando ainda mais a auto-afirmação de sua escola.

          Buscamos então, através da análise de um post antigo deste blog. Onde tentamos analisar a importância de um treinamento viril. Um dos, senão o maior erro em determinadas escolas é não treinar as técnicas em situações de lutas reais (seja na prática de Sparing ou Kumite). Muitos professores passam anos ensinando técnicas aos seus alunos, porém de uma forma passiva. Técnicas mecânicas onde os praticantes se limitam em atacar usando determinado golpe, e o receptor defende utilizando determinada técnica. E o treinamento se resume nisso.

          Existem instrutores, que para mostrar a efetividade da técnica (principalmente em exibições públicas) fazem a defesa de forma violenta. Porém, não existe maestria nessa demonstração. Pois o atacante desfere bovinamente um golpe pré-estabelecido. Quem vai defender sabe qual golpe será desferido. Não é uma demonstração instintiva.

          Não questiono a efetividade da técnica. Mas será que o defensor conseguiria ser tão fluído e violento contra golpes imprevisíveis? Seria tão efetivo se estivesse enfrentando um experiente lutador? Pois existe uma linha distante entre o golpe avisado e o golpe imprevisível.

          Considero covardia de quem está aplicando a técnica de defesa, utilizar de uma força quase destrutiva para defender um golpe previamente combinado. Sendo que o atacante, por mais que busque aplicar o golpe com ferocidade, instintivamente estará desviando o ataque no final. Ou então, estará deixando o corpo passivo à defesa. Não há maestria nessa forma de demonstração, sendo que é algo ensaiado.

          Nesse ponto, apesar de discordar dos espetáculos de luta, acabo apreciando a maestria dos que ali se dispõe a lutar. Pois tudo o que acontece durante a luta não é ensaiado. E as técnicas aplicadas durante a luta mostram sua efetividade de forma prática. A luta de contato é uma forma de aproximar o praticante de uma situação semelhante ao que seria um combate real.

          Em minha caminhada na busca do aprimoramento, vivenciei os dois extremos do que se entitula Arte Marcial. E nos dois extremos existe a soberba. Porém, não consigo concordar com alunos que nunca tiveram uma luta em campeonato, nunca sentiram o gosto do próprio sangue, nunca souberam o que é ter que se manter em pé com um osso quebrado, nunca foram nocauteados por um golpe. Estarem cheios de pompa, como se por aprenderem golpes ensaiados fossem os supremos conhecedores das técnicas de luta.

          Pois, mesmo nos capeonatos de luta não é raro acontecerem lesões que levam o participante a um nível próximo do extremo em superação.

          Mas não culpo os alunos, mas os instrutores que teorizam o Caminho. Um aluno pode praticar por 10 anos um determinado estilo. Porém, se nunca enfrentou uma situação real de luta, jamais saberá aplicar a técnica real.

          Cito como exemplo os golpes de torção. Que podem ser aplicados com eficiência por alguém que nunca lutou, mas contra uma pessoa que também não possui técnica. Mas hipoteticamente se este fosse aplicar a mesma técnica contra um pugilista ou um lutador experiente, o resultado seria totalmente inverso.

          Um pugilista (por exemplo) tem a sua frente uma muralha. Pois além da postura de guarda muito bem fechada, a velocidade dos golpes desferidos é avassaladora. Os ataques partem alternados de ambos os lados, com combinações vindas de diferentes pontos de ataque.

          Vou além nesta análise. Vamos imaginar agora, que para aplicar o golpe de torção de pulso, quem vai defender precisa baixar perigosamente sua guarda. Deixando vulnerável o queixo que é o ponto mais visado pelo boxeador. Levando em conta a força positiva e negativa do soco desferido, a velocidade do contra golpe, a força de impacto. Seria um indivíduo inexperiente na prática de luta capaz de prever quantos contra golpes partiriam em sua direção, no simples ato de segurar o pulso do oponente? Do leque de golpes contundentes que partiriam em sua direção no instante que este baixasse sua guarda?

          São muitas variáveis que precisam ser entendidas. São pontos a serem estudados que só a experiência pode mostrar. A prática de sparing, kumite, ou seja qual for a denominação dentro de cada estilo; é muito importante para o crescimento e amadurecimento que quem pratica. É lapidar a técnica.

          Não desmereço nenhum estilo de luta. Aprecio todos os estilos. E se tivesse tempo de vida para tentar aprender todos. Estudaria cada um deles. Pois acredito que as técnicas se complementam. Não acredito em um estilo superior. Acredito no praticante experiente, que teve a oportunidade de lapidar seu estilo enfrentando vários outros.

                                                       

          Masutatsu Oyama foi um grande exemplo da experiência que me refiro neste texto. http://pt.wikipedia.org/wiki/Masutatsu_Oyama

OSS!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A fantasiosa influência do Animê nas Artes Marciais

          Na última década, os desportos de contato se difundiram através da popularização do MMA. Porém, houve um coadjuvante nessa difusão devido sua grande aceitação entre os jovens. Que são os desenhos animados japoneses, tradicionamente chamados de Animê. Desenhos animados que abordam vários temas, em sua maioria com relação nas Artes Marciais. Sendo os que abordam esse tema os que mais encantam os jovens.


          Juntamente com a cultura do Animê, se iniciaram as amostras de desenhos japoneses em diversas cidades. E também a popularização do Cosplay, que consiste na pessoa vestir-se como seu personagem favorito. Uma espécie de concurso de fantasias.

          Um dos mais populares, senão o mais popular Animê entre os jovens, é a série Naruto. Um seriado que vem sendo exibido desde 2002. Sendo inicialmente exibida na TV por assinatura, vindo mais tarde a ter parte da série que possui centenas de episódios a ser exibida na TV aberta. Que conta a história de um jovem ninja em busca de reconhecimento, que tem como sonho tornar-se o líder de seu clã.


          Com a popularização desse seriado, o Ninjutsu tornou-se centro das atenções aos olhos de muitos jovens que apreciam o personagem. Muitos jovens passaram a procurar as antes secretas escolas de Ninjutsu, para quererem aprender a arte das sombras, assim como a arte do Kuji-kiri. Visto que esse tema está bastante presente nesse seriado.

          Aproveitando essa deixa comercial. O que observamos, tomando como exemplo o Brasil, foi a abertura de diversas escolas de "Ninjutsu". Mas nascidas (sem generalizar) de um fenômeno extremamente comercial, visto que o Ninjutsu teve origem com base em uma necessidade social.

          O shinobi (ou ninja) deixou de ser um agente secreto mercenário, com métodos não ortodoxos de combate. Passando a ser uma das figuras mais expostas da internet, mesmo por aqueles que se dizem "mestres" da arte. Pois é muito comum, buscando figuras no google, ao utilizarmos certos termos de pesquiza como: ninja, mestre ninja, ninjutsu, shinobi; que encontremos algum homem enfezado e com cara de mau, porém com uma ampla medida na cintura. Se entitulando "instrutor de ninjutsu".


          Porém, não passam de mestres em "Engenharia Social". Pois são cheios de teorias, de palavras bonitas. Mas de pouca amostra prática do que dizem conhecer. Um exemplo simples de ser enfatizado é o próprio Kuji-kiri, muitos exibem os selos com as mãos, falam mantras, falam diversas teorias, porém não apresentam nada funcional. São verdadeiros mistificadores da prática. De tanto mentir, acabam vivendo em um estado de vida alienado à própria mentira.

          Assim, o animê ao mesmo tempo que popularizou as Artes Marciais, abriu portas para o surgimento de muitos "mestres". Que apareceram aos milhares em diversas modalidades de esportes de contato. No Brasil chegaram até a criar um livro, entitulado: GRANDES MESTRES DAS ARTES MARCIAIS. Onde basta pagar e ter seu nome registrado na lista dos "Grandes Mestres".

          O Animê foi um dos grandes mistificadores, pois faz com que o jovem acredite que as habilidades sejam alcançadas na mesma velocidade que os personagens de desenho alcançam. Então passam anos enriquecendo os "mestres mistificadores", aprendendo de forma aleatória técnicas sem efetividade. Técnicas de Animê. Pensando que um dia conseguirão lançar bolas de fogo pelas mãos. Muitos jovens tomam o Animê como uma filosofia de vida.

          Assim, aos poucos a Verdadeira Arte Marcial vai morrendo.

OSS!



     

terça-feira, 3 de julho de 2012

A antiga "arte" da manipulação da mente e da sugestão do pensamento

         Se refletirmos sobre esse assunto. Já pararam para pensar o quanto a mente humana está aberta e vulnerável à sugestão?

         Basta que alguém responda da forma que desejamos ouvir. Que logo nossa mente assimila aquela "verdade".  Acreditem! Existem especialistas em manipular a sugestão do pensamento. São peritos no que denominam "Engenharia Social".

         Engenharia Social, consiste numa série de práticas psicológicas que trabalham a sugestão. Buscando encontrar pontos vulneráveis nas pessoas, afim de conseguir informações importantes ou mesmo que as pessoas ajam de forma subjetiva aos interesses do manipulador que explora a confiança das pessoas. Para isso, o golpista assume personalidade, finge ser especializado em uma determinada área, etc. Explora a falha de segurança das próprias pessoas, que na maioria são despreparadas para esse tipo de ataque e são facilmente manipuladas.



          O ser humano busca sanar suas necessidades básicas como: alimentação, saúde, segurança, estabilidade, etc. Após alcançados esses objetivos, sua maior busca é pelo reconhecimento. Assim, o ser humano costuma ser mais receptivo a avaliação positiva e favorável aos seus objetivos. Aceitando facilmente fatos favoráveis a sua avaliação pessoal, ligada diretamente ao benefício próprio ou coletivo de forma demonstrativa.

          As pessoas costumam agradar-se e sentir-se bem quando são elogiadas, ficando assim mais vulneráveis a dar informações ou realizar atividades. Sente-se bem quando o nomeiam responsável pela realização de certas atividades. Principalmente quando envolvem o reconhecimento e o crescimento de habilidades condizentes ao seu almejo pessoal.

          Observando essas "qualidades", pessoas especialistas na "arte" de persuadir encontram um amplo campo para atuar. Encontram personalidades vulneráveis  à manipulação, que em breve estarão agindo conforme interesses pessoais do "Engenheiro Social".

            A Engenharia Social, não é uma faculdade, sim uma habilidade. Pessoas que desenvolvem essa "habilidade" se especializam em diversos assuntos relacionados a temas específicos para manipularem conforme interesses pessoais. Assim, usam esse conteúdo justamente para encontrar pessoas de personalidade fraca, de fácil persuasão. Se tornam mestres na "Arte de Enganar".

           O Mundo das Artes Marciais é um amplo campo de atuação dos "Engenheiros Sociais".

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Os ciclos que se cumprem

          Passei longos meses sem publicar neste espaço. Longos meses de reflexão, de observação às pegadas deixadas pela longa caminhada nessa vida.

            Demorei a entender que nossa vida é composta por vários ciclos que vem se cumprindo no decorrer da caminhada. Muitas coisas dão certo, outras coisas não, outras coisas que seguiam em equilibrio simplesmente deixam de fazer sentido em nossas vidas. Existem também coisas que corremos boa parte de nossa vida tentando alcançá-las, mas elas afastam-se. Parecendo ir para mais longe a cada vez.

          Assim os ciclos se cumprem e outros iniciam em nossa vida. Por mais que sintamos saudades e tenhamos certo apego por fases de nossas vidas que se passaram, elas acabam e não voltam mais. Carregamos conosco somente as boas lições que aprendemos ou as decepções que tivemos. Ambas as experiências nos fazem crescer, nos fazem adentrar os novos ciclos com mais discernimento.



          É dificil de aceitar que o ciclo foi completado devido ao apego. Por isso muitas vezes insistimos em tentar retomar as coisas que nos faziam bem. E quando voltamos acabamos muitas vezes se decepcionando. Pois não encontramos mais as pessoas que faziam parte daquele ciclo. Encontramos pessoas com objetivos diferentes, visões diferentes, percorrendo caminhos diferentes.

          Então nos frustramos. Primeiramente costumamos por a culpa nas pessoas. Posteriormente colocamos a culpa em nós mesmos. Passamos por fases de depressão, de tristeza. Enfim, acabamos compreendendo que tudo aquilo que passou e não volta mais foi uma etapa de nossa vida que se cumpriu. Um ciclo que se fechou.

          Sinto saudade dos meus primeiros amigos no Caminho do Karatê. Saudade dos amigos que fiz praticando Muay Thai. Sinto saudade daquele tempo que levantavamos todo domingo de manhã para praticar Kenjutsu. Simplesmente cortavamos um galho reto de árvore e davamos a ele a forma de um bokken. Assim treinavamos a herança de diversas linhagens e escolas. Livres de mestres, livre de dogmas.

          Mas aquele ciclo se cumpriu. Aqueles adolescentes cresceram e iniciaram novos ciclos. Eu mesmo demorei a entender que precisava aceitar os novos ciclos de minha vida. Começo a entender que a Arte Marcial que eu desejaria que fosse, foi apenas mais um dos tantos ciclos de minha vida que se fecharam e não voltarão mais.

          Tenho que aceitar a realidade. Hoje, se encontra um verdadeiro Mestre entre mil que se dizem mestres. A maioria ou treinam gladiadores, ou são vaidosos a ponto de pensarem ser "iluminados". Dos dois a segunda categoria é a pior. Pois quem treina gladiadores deixa esse objetivo bem claro. Ao contrário dos "iluminados" que mantém oculta uma personalidade cheia de interesses pessoais enrrustidos atrás de uma máscara. São peritos em trabalhar com a sugestão do pensamento.


Contudo, não perco a esperança de um dia praticar com um Verdadeiro Mestre do Caminho.

          Enquanto não encontro, vou manter manter o espírito de guerreiro hibernando em um canto escondido da alma. Esperar que naturalmente outro ciclo se inicie nesse rumo. Para que eu possa acordar esse pedaço que deseja essa busca. O que é para nós um dia simplesmente acontece.



          Muitas oportunidades são como pássaros voando. Quanto mais corremos atrás para tentar capturá-lo, mais ele fica arisco e voa para longe. Um dia na quietude da alma, o pássaro simplesmente senta em nosso ombro.

OSS!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Onegaishimasu

ONEGAISHIMASU ("Por favor, pratique comigo" ou "Desejo bons resultados de nossa aproximação")

          Durante o treinamento, uma expressão honrosa. Uma espécie de pedido de empréstimo, do conhecimento, da experiência, do corpo do companheiro para que possamos praticar e aprender a técnica. Um sentimento de respeito que cada vez mais se distancia das escolas de luta.

          Quando tomamos algo emprestado. Qual o sentimento depositamos? Aquilo que não nos pertence, se a nós confiado, independente do valor material ou emocional passa a ser uma espécie de tesouro. Então, quando tomamos este tesouro sob nosso cuidado, faremos "uso" com o máximo respeito para que este seja devolvido ao dono da mesma forma, senão melhor do que quando este passou a nossa tutela.

           Quando solicitamos o auxílio de um companheiro de treino para praticar em conjunto. O companheiro deve ser visto como este tesouro, pois tem imensurável valor. Pois este está colocando sob condição insalubre sua integridade física. Para que possamos praticar uma determinada técnica. Aprendemos através da execução técnica, assim como o companheiro estará aprendendo a recebê-la. Um crescimento mútuo.

          Porém, nesse competitivo meio esportivo. Por quê muitos vêem o companheiro de treinamento como um rival? Mesmo durante o treinamento há uma espécie de competição entre as partes. Mesmo nas tarefas mais simples do treinamento, tenho observado que é aplicada a mesma intensidade de força e espírito de um embate. Como se o maior objetivo naquele momento não fosse o crescimento, mas o intuito de provar quem é mais forte.

          Como se não fosse um companheiro de equipe a sua frente. Como se fosse um saco de pancadas. Como se fosse o pior dos inimigos.

          Parece que alguns sentem um prazer "orgásmico" de ver o companheiro retorcer seu rosto em dor. Sem peso na consciência de saber que o companheiro tem saúde a preservar, que vai precisar trabalhar no outro dia, tem uma família a zelar. Uma constante auto afirmação que resulta numa busca egoísta por crescimento. O ego que jamais enfraquece. Não existe ética de equipe.

          Não está clara a direrença entre treinamento e competição.
          Uma escola de lutas marciais, deveria ser um ambiente que deixasse claro que dentro de suas dependências é praticado o exercício para tornar o praticante um ser humano melhor na sociedade. Um bom atleta, com ótimo caráter. Porém o que tenho observado, é que ocorre o inverso. As escolas tem treinado pessoas para exibir superioridade física, mas com inferioridade intelectual. Deixando os alunos mal conduzidos, fazendo a esmo o que acham melhor.

          Entristece e desmotiva presenciar essas atitudes.

OSS